Ser competente não é sinônimo de conhecimentos, mas de ter a capacidade de aprender, a cada dia, a partir de sua própria experiência.


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O dilema dos engenheiros

Os engenheiros ocupam cada vez mais posições de liderança nas empresas.

A questão é que deixam a escola com boa formação técnica e com ótimo pensamento lógico, mas sem jogo de cintura para lidar com as pessoas. Eis aí o grande desafio. Eles conhecem tecnologias, mas se vêm às voltas com a motivação de suas equipes de trabalho.

Também dominam os cálculos de estrutura, mas têm de administrar conflitos em suas equipes. Não é uma catástrofe, pois os engenheiros costumam também ser bons administradores. Mas é bom lembrar que a ciência da administração tem lá suas particularidades que não podem depender só da lógica.

Também precisam do conhecimento específico, principalmente quando se trata de gestão de pessoas, de liderança.

A responsabilidade pela formação complementar é de cada um – essa é a primeira regra e por sorte há hoje ótimas escolas de administração e negócios.

As empresas procuram fazer sua parte. Entretanto, estão encontrando dificuldades em encontrar líderes. Há uma grande multinacional brasileira que teve de diminuir sua taxa de crescimento pela falta de líderes.

Jovens com formação técnica que também tenham perfil de liderança são raridades. Para os mais atentos, esse é um momento de grandes possibilidades – é só fazer a conexão.

O concreto armado revolucionou a construção no século 20 e permitiu a realização dos sonhos dos arquitetos. Vale lembrar que a gestão também fez sua revolução e permitiu a realização dos sonhos dos empreendedores. Com o perdão do trocadilho, administrar é possibilitar a transformação de algo abstrato em algo concreto, armado ou não.

O dilema não é só dos engenheiros, mas também de todas as áreas técnicas e administrativas. Por isso a sugestão preciosa: estudem Gerenciamento de Projetos e Gestão de Processos.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A Engenharia - conclusão

Independentemente das eventuais crises externas, o crescimento e a consolidação do Brasil como nação de Primeiro Mundo passam pela recomposição e ampliação de sua infraestrutura física, pelo crescente uso das energias renováveis, pela produção de conhecimento, pela sistematização e otimização de seus processos produtivos, pela construção de novas moradias e pelo desenvolvimento de materiais mais avançados.

Ou seja, o desenvolvimento do país passa pela engenharia. No entanto, o Brasil não teve visão estratégica para preparar mão de obra para o desenvolvimento econômico. Atualmente, menos de 1% dos concluintes do ensino médio se forma em cursos de base tecnológica.

Até 2009, existiam cerca de 500 mil engenheiros registrados no Brasil, mas nem todos trabalhavam na área. Um terço dos engenheiros exercia a profissão para a qual se formaram e restante encontrava emprego em outras atividades, como mercado de capital, financeiro, gerenciamento de empresas e gestão pública.

Hoje, temos seis engenheiros para cada mil pessoas economicamente ativas, enquanto na Europa e na Ásia, o número varia de 18 a 28. O Brasil forma hoje 50 mil engenheiros por ano, o Japão forma mais de 200 mil engenheiros por ano, a Coreia do Sul mais de 150 mil, a China mais de 500 mil e a Índia, mais de 200 mil.

As projeções do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada apontam para uma carência de oferta de engenheiros e arquitetos no ano de 2015, que varia de 100 mil a 600 mil, de acordo com o menor ou maior crescimento do PIB. O momento atual é, portanto, um dos melhores dos últimos 40 anos para a profissão.

No entanto, para atender essa demanda de profissionais, apenas o aumento de vagas nas faculdades de Engenharia não é suficiente. Para efetivamente termos uma graduação forte e de excelência, é necessário formar engenheiros críticos, criativos, inovadores e empreendedores, a fim de suprir as necessidades da sociedade brasileira.

Pesquisas realizadas junto a universitários, empresários e especialistas sobre os setores com futuro apresentam cinco Engenharias entre as dez profissões que terão mais sucesso no futuro: redes de informática, energias, ambiental, eletrônica digital e biotecnologia.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A Engenharia

      A engenharia é assim: vai bem quando o país vai bem. A produção de mais da metade da riqueza nacional está vinculada à engenharia, a segunda profissão que mais atrai os brasileiros.

      Apenas nos últimos cinco anos, dobrou o número de engenheiros que se formam anualmente. As 1.200 faculdades que oferecem formação na área receberam, no ano passado, 300.000 novos alunos e graduaram 30.000 profissionais. A grande maioria deles já chegou ao mercado empregada ou com promessa de contratação.

     Em alguns ramos, a demanda por engenheiros é tamanha que supera a atual capacidade das universidades de graduá-los. Conforme dados do Mercado de Trabalho para Engenheiro Tecnólogo no Brasil, o total de engenheiros em atividade no país é de 424.000, e há 92 especialidades na engenharia. As mais escolhidas são: civil, eletricista, agronomia e mecânica.

    O progresso tecnológico aumentou a necessidade de o engenheiro manter-se atualizado. Em alguns campos, os conhecimentos se tornam obsoletos em um prazo não superior a seis anos. Isso quer dizer que, ao longo da vida útil, um profissional precisará rever o que aprendeu na faculdade de seis a sete vezes.

  Há outros requisitos. Como na maioria das profissões, passou-se a exigir que os engenheiros sejam fluentes em línguas estrangeiras, aspecto fundamental para os que trabalham em multinacionais. Hoje, um modelo de carro é desenvolvido simultaneamente por unidades de uma montadora em diversos países. Só participa dessas equipes quem domina, ao menos, o inglês.

    O mercado também dá preferência a quem se comunica com desenvoltura e tem habilidade para manter amplas teias de relacionamento – sinais que denotam um profissional com capacidade de liderança.

  Quem ingressa em engenharia tem, ainda, a possibilidade de enveredar por outros caminhos. Na década de 80 e na primeira metade da de 90, por exemplo, muitos engenheiros foram absorvidos pelo mercado financeiro. Deram-se bem porque sua formação privilegia a objetividade, a lógica, a visão estratégica e a perseguição de resultados. Essas características fazem com que bancos e empresas de diversos ramos recrutem executivos na engenharia.

   Ah! importante lembrar: os engenheiros estão entre os profissionais mais bem pagos e cobiçados do país.