Ser competente não é sinônimo de conhecimentos, mas de ter a capacidade de aprender, a cada dia, a partir de sua própria experiência.


quarta-feira, 30 de maio de 2012

O ensino na Era do Conhecimento


O aprendizado e o ensino são mais profundamente afetados pela disponibilidade de informações do que qualquer outra área da vida humana. Há grande necessidade de uma nova aceitação, de novos métodos e novos instrumentos de ensino, a mais antiga e reacionária arte humana.

As coisas mais importantes a aprender não são habilidades específicas, mas uma habilidade universal – a de usar o conhecimento e sua aquisição sistemática como fundamento do desempenho, habilidade e realização.

Não tem sentido ensinar ao jovem tudo aquilo de que ele terá necessidade, pois ele ainda não sabe de que conhecimentos necessitará daqui a dez ou quinze anos. O que se sabe cada vez mais é que precisará de conhecimentos que ainda não existem.

O próprio fato de estarmos usando conhecimento, e não experiência, faz da mudança algo inevitável. Isso porque o conhecimento, por definição, inova, busca, indaga e se modifica. Quando o conhecimento é aplicado ao trabalho faz-se necessária a educação contínua, o retorno frequente do adulto experiente e realizado ao aprendizado formal.

Quanto mais as pessoas sabem, com maior frequência regressam à escola durante toda a sua vida útil. Mas também, quanto mais sabem, mais se conscientizam de sua ignorância e da nova capacidade de desempenho, dos novos conhecimentos e da necessidade de atualizar seus conhecimentos constantemente.

A continuação da educação não precisa ser uma educação em assuntos especializados que só serão úteis para o profissional que tenha progredido muito.

Os assuntos mais gerais – talvez a filosofia, ou a história – também fazem mais sentido como educação para o adulto experimentado. As especializações são o que os jovens aprendem melhor, e aquilo de que mais necessitam.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Energias alternativas e limpas


Disponível na forma líquida, fácil de utilizar, o petróleo tornou-se a energia mais comum, "o ouro negro" do século 20. Mas sempre foi evidente que se esgotaria um dia. Como ninguém sabia exatamente quando, o problema foi deixado de lado. Na verdade, a questão de saber quanto tempo ainda irão durar as reservas não está entre as primeiras preocupações, porque, antes que se esgotem os recursos disponíveis, o mundo "civilizado" terá atingido um nível insuportável de destruição ambiental.

Outra questão diz respeito às consequências do aumento dos preços da energia para a economia mundial. A era do petróleo fácil de extrair (petróleo convencional) está encerrada e a busca de energias fósseis não convencionais são insuficientes para satisfazer ao aumento do consumo de combustíveis, provocado pelo desenvolvimento dos países. E o custo da infraestrutura necessária para extração eleva-se cada vez mais, à medida que se torna necessário explorar os últimos recursos existentes.

As incertezas políticas constituem um quarto fator. O principal desafio logístico é fornecer continuamente petróleo, gás e urânio, para o mundo inteiro, a partir de alguns lugares e países produtores, utilizando importantes redes de transporte. Esta vulnerabilidade provoca um aumento dos custos políticos e militares com segurança. Os países em desenvolvimento sofrem um golpe dramático por serem obrigados a pagar os preços do mercado mundial.

Crescem as pressões junto aos países fornecedores para que aumentem sua produção, em total contradição com os objetivos de proteção da natureza e do clima. Alega-se que o potencial das energias “renováveis” não é suficiente para substituir as energias nucleares e fósseis, e que seria oneroso desenvolvê-las em grande escala. Afirma-se que a mudança levaria muito tempo – o que equivale a manter, por décadas, a matriz energética atual. 

Sugere-se, por fim, que o problema de estocagem das energias renováveis ainda não foi resolvido. Nenhum desses argumentos, se bem analisado, é convincente. O potencial das energias renováveis é astronômico. A utilização direta ou indireta da energia solar, do vento, da água, da biomassa e das ondas forneceria um volume de energia 15 mil vezes superior à consumida pela a humanidade.

Os únicos custos diretamente ligados à produção de energias renováveis são os do desenvolvimento tecnológico. Os custos dos combustíveis seriam eliminados – exceto no caso da biomassa, já que o trabalho agrícola e florestal deve ser remunerado. Os custos dos equipamentos diminuirão com o desenvolvimento da produção em grande escala e a melhora contínua das tecnologias. 

Além disso, as energias renováveis oferecem vantagens políticas e econômicas significativas. Fontes permanentes e disponíveis em todos os locais, "democratizam" a energia elétrica e impulsionam as estruturas econômicas regionais baseadas na agricultura e nas trocas. Tudo isso sem falar dos graves danos ao meio ambiente e à saúde que seriam evitados. 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Civilização: dependência de energia e ambiente


No mundo de hoje a demanda energética apresenta um crescimento vertiginoso para atender as necessidades da humanidade, em torno de 7 bilhões de pessoas. O ser humano tem se voltado para a natureza, buscando nos seus elementos as alternativas energéticas capazes de fornecer a energia para sustentar o seu desenvolvimento social e tecnológico. Desta forma, as alternativas energéticas provenientes dos recursos naturais renováveis estão sendo retomadas.

O pensamento ambiental tem muito a ver com aquela responsabilidade social: o objetivo mais propagado é a sobrevivência da humanidade, dependente da natureza à qual pertence. Conservar o meio ambiente é uma forma de valorizar o homem em todos os aspectos, desenvolvendo condições para a qualidade de vida.

O planeta Terra é um sistema fechado em relação à matéria, mas não em relação à energia. Os combustíveis fósseis – petróleo, carvão e gás natural – ficaram milhões de anos armazenados no subsolo, e depois de queimados não voltam naturalmente no subsolo. Eles permanecem na atmosfera como poluentes do ar que respiramos, além de causar o fenômeno conhecido como efeito estufa.

Este fenômeno é decorrente da ação de alguns gases presentes na atmosfera, tal como o dióxido de carbono (CO2), clorofluorcarbono (CFE) e metano (CH4), impedindo a dispersão do calor originado pela irradiação solar e refletido pela superfície terrestre. O aumento da temperatura na biosfera terrestre em conseqüência do efeito estufa altera o equilíbrio ambiental estabelecido no planeta.

No esquema do processo produtivo sustentável, é necessário que a matriz energética seja uma composição de fontes renováveis não poluentes, tal como hidrelétrica, solar, eólica biomassa, hidrogênio e oceanos. Ao mesmo tempo, o processo de reciclagem e reaproveitamento do produto final tem que ser otimizado, reduzindo a exploração dos recursos naturais e energéticos.

A eletricidade pode ser produzida de fontes renováveis de diversas maneiras. A energia hidrelétrica já fornece em torno de 20% da eletricidade mundial. A biomassa é usada para substituir o carvão em geradores. A energia eólica está disponível de forma eficiente e rentável em vários locais da Terra. A energia solar pode ser utilizada para aquecimento de fluidos que acionam turbinas nos sistemas térmicos ou convertida diretamente para eletricidade pelos equipamentos fotovoltaicos. A célula combustível pode ser utilizada em centrais de fornecimento, instalações remotas, propulsão de veículos e equipamentos portáteis, de forma eficiente e com muitas vantagens.

O hidrogênio tem o potencial para ser o combustível menos poluente, mais eficiente, prático, e com maiores facilidades de produção e distribuição. Quando o hidrogênio é queimado, o produto resultante é água. Qualquer fonte de energia pode ser armazenada na forma de hidrogênio. Se o hidrogênio é produzido a partir de fontes renováveis de energia, nenhum poluente será gerado nos processos de produção ou utilização.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Aprendendo a aprender


Estudar é um ato voluntário. Depende de uma decisão pessoal e de uma mente receptiva ao aprendizado. Você precisa definir o que deseja e se organizar para atingir este objetivo.

Se você não tiver um objetivo claro em sua mente, dificilmente se empenhará por aprender de verdade. Defina as prioridades de sua vida – entre elas, a de preparar-se para o futuro – e não se deixe desviar do rumo.

A disciplina para estudar cria uma mente disponível para aprender. Estudar todos os dias, mesmo que seja um pouco, cria um bom hábito para o resto da vida. Todas as pessoas têm talento para estudar e aprender, mas isso não depende de inspiração e sim de esforço e dedicação. Não se trata de um dom natural.

Defina firmemente o objetivo de aprender, crie o hábito de estudar e siga em frente. Você estará exercitando o talento para aprender e será dono de seu destino.

Deve ficar bem claro na estratégia do aprendizado que a educação continuada fará parte toda a vida. Dessa maneira, resiliência, vocação para a pesquisa, obsessão pelo estudo, curiosidade pelo novo, cultura geral, visão estratégica e capacidade de antecipar-se ao futuro têm de fazer parte do sistema de aprendizado de cada um.

Aprender não deve ser confundido com colecionar informações, mas implica relacionar as informações com o mundo de forma a compreendê-lo e sermos capazes de entender nossa relação com ele, de desenvolver novas competências, de inventar e se reinventar. É esta capacidade que vai nos permitir lidar com a mudança.

Este é o desafio de todos que não se contentam em ser meramente espectadores, mas ambicionam ser atores da história. A sabedoria é desenvolvida com a vivência da experiência. Não devemos atribuí-la exclusivamente à inteligência, pois envolve saber utilizá-la, por meio do conhecimento, trazendo benefícios para as pessoas.

Muitas vezes o conhecimento leva-nos a uma postura arrogante, mas a sabedoria só se atinge a partir da humildade, podendo ser entendida em função da ação associada, não podendo ser expressa em termos de regras.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

A Era do Hidrogênio


O hidrogênio deverá ser o elo para um novo modelo totalmente novo de infraestrutura energética, assim como instituições econômicas totalmente diferentes e novos padrões de fixação humana, a exemplo do que causou no passado o advento do carvão, da máquina a vapor e, posteriormente, do motor de combustão interna.

Uma economia do hidrogênio com produção descentralizada de energia – a geração distributiva – e a criação de redes interligando essa produção com os usuários finais, possibilitaria a fixação de estabelecimentos humanos mais dispersos e mais sustentáveis em seu relacionamento com os recursos locais e regionais do ambiente.

A espécie humana hoje pode se tornar uma comunidade totalmente integrada com os ecossistemas do Planeta. Mas as ideias sobre a segurança pessoal e coletiva ainda estão bloqueadas por uma mentalidade centrada nos combustíveis fósseis.

A autonomia e a mobilidade se tornaram, por unanimidade, as virtudes sociais da época, tanto na vida social como institucional. Na futura economia do hidrogênio, a densidade da interação humana produzirá um novo sentido de segurança, resguardado por sua integração de dependência global e nas diversas redes comerciais, sociais e ambientais.

Estamos no limiar de uma nova era na história, em que qualquer possibilidade é ainda uma opção. O hidrogênio, essência universal, está sendo captado pelo engenho do homem e processado para fins de benefício humano. Torna-se fundamental traçarmos o itinerário adequado desde o início da jornada, se pretendemos converter a grande promessa da era do hidrogênio numa realidade viável para as gerações que nos sucederão.

O primeiro cientista conhecido a prever o potencial pleno do hidrogênio foi John Haldane. Em 1923, Haldane proferia palestras onde afirmava que a energia do hidrogênio seria a o combustível do futuro. Ele produziu um tratado científico relacionando os argumentos a favor do hidrogênio, descrevendo como ele seria produzido, armazenado e empregado. Ideias tão revolucionárias para a época que foram recebidas com incredulidade por seus pares na academia. No entanto, sua tese equivalia, nos mínimos detalhes, a um protótipo do modo como o hidrogênio seria usado e explorado no futuro.

Haldane antecipou inclusive os obstáculos na transição para um regime de energia do hidrogênio, bem como as consequências sociais e ambientais de longo alcance que daí resultariam. Quanto ao primeiro problema, ele reconhecia que os custos iniciais seriam muito elevados, mas ressaltava que as despesas de manutenção seriam menores que as do sistema vigente.

Calor ou eletricidade podem ser produzidos juntamente com a água com produto primário. Se o hidrogênio é produzido a partir de fontes renováveis de energia, nenhum poluente será gerado nos processos de produção ou utilização. O hidrogênio pode ser eficientemente produzido por meio de uma variedade de fontes renováveis. O potencial para a produção do hidrogênio por fonte de energia hídrica, solar ou eólica é muito grande, podendo ser produzido em diversos locais do mundo.