Um dos sistemas mais
complexos que se conhecem, o clima da Terra sempre orientou os rumos da
humanidade.
Nos primeiros 250.000 anos
da história do ser humano moderno, a temperatura era mais baixa do que a atual
e havia muito instabilidade climática. Separados em tribos nômades, nossos
ancestrais sobreviviam do que conseguiam colher e caçar em tempos de fartura.
Durante os últimos 10.000
anos, um clima mais quente e estável permitiu aos humanos desenvolver a agricultura
e os assentamentos permanentes. Novas tecnologias foram utilizadas para
domesticar ecossistemas, administrar suprimentos de água e proteger a população
das intempéries. Esses processos alteraram o ambiente de forma radical.
Nada se compara, porém, ao
que ocorreu nos últimos 100 anos. A utilização de combustíveis fósseis
possibilitou o desenvolvimento de uma economia global. A população humana
alcançou a casa dos bilhões de habitantes. Grandes metrópoles foram erguidas.
A escala das mudanças
resultantes do impacto humano sobre a Terra foi tão sem precedentes que essa
centena de anos resultou em um novo período geológico. Hoje, por causa da
degradação ecológica e das emissões de gases do efeito estufa resultantes desse
processo industrial, corremos o risco de modificar o ambiente em um ritmo
alucinante, que inviabiliza a capacidade da espécie humana para se adaptar às
mudanças.
A civilização está de tal forma
interconectada que, caso ocorra um colapso, ele será global, e não mais
regional, como nos primórdios. É preciso tomar uma decisão e reconhecer que o
crescimento econômico consome recursos e produz resíduos que degradam o
ecossistema.
É hora de produzir, mas
também de enfatizar a qualidade de vida e melhorar a distribuição da riqueza,
em lugar de crescer a qualquer custo. Nossa visão de mundo terá de ser
transformada, assim como as tecnologias e as instituições, para transpormos com
sucesso o atual período e não entrarmos em colapso.
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