O elemento
principal sobre o qual se baseia toda a ciência é a energia. A cada dia, os
raios de sol banham a Terra com milhares de quilocalorias de energia por metro
quadrado. Parte desta energia é captada por seres vivos e convertida de modo a
servir à sustentação da vida, enquanto o restante acaba sendo convertido em
calor e irradiado de volta ao espaço.
Se a energia é
fundamental em nossa existência, então a força vital é definida como a
“velocidade do fluxo de energia útil”. A
luta pela sobrevivência, tanto entre uma espécie e outra como dentro da mesma
espécie, é na verdade uma competição visando a obter energia e assegurar o
fluxo contínuo pelos sistemas vivos.
A história das
civilizações não pode ser compreendida adequadamente sem que avaliemos a
importância dessa força vital. O elemento decisivo em todas as sociedades da
história é a disponibilidade de excedentes de energia. Na ausência de reservas
de energia que pudesse captar e processar, toda a criatividade humana seria
incapaz de melhorar o bem-estar da espécie.
A energia é a
força elementar e o meio pelo qual se constrói toda a cultura humana. Para
compreender por que as civilizações fundadas em regimes diferentes de energia
prosperam e definham, precisamos entender as regras que governam a energia. A
primeira e segunda leis da termodinâmica afirmam que “o conteúdo total de
energia no universo é constante, e a perda de energia útil está aumentando
continuamente”.
Pela primeira lei,
a energia não pode ser criada nem destruída. A quantidade de energia no
universo foi fixada desde o início dos tempos e permanecerá assim até o final.
Todos os seres humanos já nascidos, como tudo que eles construíram ao longo da
história, representam energia que foi convertida de um estado em outro.
Embora a energia
não possa ser criada ou destruída, ela está mudando constantemente de forma,
mas sempre em uma direção: de disponível para indisponível. Por exemplo, se
queimamos um pedaço de carvão, a energia permanece, mas é convertida em dióxido
de enxofre, dióxido de carbono e outros gases que se espalham pelo espaço.
Não se perdeu
energia alguma no processo, mas não podemos voltar a queimar aquele pedaço de
carvão e extrair dele um trabalho útil. Esta é a segunda lei da termodinâmica:
sempre que a energia é transformada, alguma quantidade de energia disponível se
perde no processo; ou seja, ela perde a capacidade de realizar um trabalho
útil.
O filósofo John
Locke virou pelo avesso a segunda lei da termodinâmica ao dizer que a natureza
em si mesma é inútil e só adquire valor quando nela aplicam seu trabalho, convertendo-a
em ativos produtivos: “aquele que se apropria de terras pelo trabalho não
reduz, mas aumenta o patrimônio comum da humanidade. Pois as provisões para o
sustento da vida humana geradas em uma área de terra cercada e cultivada são
dez vezes mais abundantes que aquelas produzidas na área igualmente fértil
abandonada de propriedade comum. Aquele que produz na terra obtêm um maior
número de melhorias para a vida do que conseguiria se deixasse à natureza”.
A chave disso
tudo são os critérios produtivos utilizados: bom-senso, racionalidade e
respeito ao ambiente.
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