O mercado de trabalho e o perfil do emprego modificaram-se
estruturalmente em função das mudanças tecnológicas e econômicas. Novas
especializações profissionais e postos de trabalho surgiram, mas também
diversas ocupações tradicionais foram ou estão sendo transformadas,
substituídas ou mesmo eliminadas.
Aumentaram as disparidades de remuneração entre os trabalhadores mais
qualificados e os demais, enquanto diversas atividades intermediárias tornam-se
dispensáveis.
Não é possível antecipar quais serão as novas demandas profissionais
que irão surgir nem que rumos irão tomar as mudanças nos padrões de trabalho e
emprego. Os impactos dessas transformações irão variar segundo as condições de
cada país, região, segmento da economia e a qualificação do trabalhador.
Determinantes dessas diferenças serão as políticas e estratégias
adotadas pelos agentes públicos e privados, em aspectos como a geração de
empregos para os que ingressam no mercado de trabalho, a qualificação e
requalificação profissional dos trabalhadores e o estabelecimento de mecanismos
de apoio e recolocação dos desempregados.
Uma preocupação adicional é a deterioração das relações de trabalho. Mantida
a tendência atual, alguns estudos apontam que, no início do novo século, apenas
25% da população economicamente ativa será de trabalhadores permanentes,
qualificados e protegidos pela legislação.
Outros 25% dos trabalhadores deverão estar nos chamados segmentos
informais, pouco qualificados e desprotegidos. E 50% dos trabalhadores poderão
estar desempregados ou subempregados, em trabalhos sazonais, ocasionais e
totalmente desprotegidos pela legislação.
Cada vez mais se exige dos trabalhadores atualização permanente de
conhecimentos, desenvolvimento de habilidades e competências, de modo a atender
aos novos requisitos técnicos e econômicos e a aumentar sua
empregabilidade.