Ser competente não é sinônimo de conhecimentos, mas de ter a capacidade de aprender, a cada dia, a partir de sua própria experiência.


domingo, 28 de setembro de 2014

Pensamentos sobre o conhecimento



O conhecimento não é impessoal como o dinheiro. O conhecimento não está num livro, numa base de dados, num software; estes contêm apenas informação. O conhecimento está sempre corporificado numa pessoa; é carregado por ela; criado, aumentado ou aprimorado; aplicado, ensinado e transmitido, utilizado de maneira adequada ou não por ela.
Peter Ferdinand Drucker (professor, escritor, considerado o pai da administração moderna)

Os caminhos para o fracasso: não ensinar o que se sabe, não praticar o que se ensina e não perguntar o que se ignora.
São Beda Venerável (monge anglo-saxão, escritor, considerado o pai da história inglesa) 

Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis.
René Descartes (filósofo, físico e matemático francês, considerado o fundador da filosofia moderna, pai da matemática moderna e um dos pensadores mais importantes da história do Pensamento Ocidental)

O desenvolvimento se define quase que exclusivamente em termos da capacidade de geração autônoma do conhecimento, da capacidade de disseminá-lo e da capacidade de utilizá-lo. Esta é a verdadeira diferença entre os países cujos cidadãos são capazes de realizar plenamente o seu potencial como seres humanos e aqueles que não têm essa capacidade.
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

Se você não consegue explicar algo de modo simples é porque não entendeu bem a coisa.
Albert Einstein (físico alemão radicado nos Estados Unidos, Prêmio Nobel de Física, desenvolveu a Teoria da Relatividade)

Podemos pensar que, por entender “um”, tem de entender “dois”, porque um e um fazem dois. Mas também temos de entender o “e”.
Antigo pensamento sufi (corrente mística com origem no Oriente Médio)

sábado, 20 de setembro de 2014

Fora de série: sorte e oportunidade - conclusão



Um marco da computação foi janeiro de 1975. Nessa época, a revista Popular Electronics publicou uma matéria de capa sobre uma máquina extraordinária chamada Altair 8800. Era um pequeno engenho que custava 400 dólares e podia ser montada em casa. A manchete dizia: “Projeto revolucionário! Primeiro kit de minicomputador do mundo a competir com os modelos comerciais.”

Para os leitores da revista, que na época era a Bíblia do emergente mundo dos computadores, aquela manchete foi uma revelação. Até então, os computadores eram os enormes e caros mainframes, como os do Centro de Computação da Universidade de Michigan. Todo programador e aficionado da eletrônica sonhava com o dia em que surgiria uma máquina suficientemente pequena e barata para uma pessoa comum usar e ter. Aquele dia enfim chegara.

Se janeiro de 1975 foi o despontar da era do PC, quem estaria em melhor posição para tirar vantagem disso? A ideia perfeita para se ter em 1975 seria, em outras palavras: ser velho o suficiente para fazer parte daquela revolução, mas não a ponto de tê-la perdido. Considerando uma média de 20 ou 21 anos, isso significaria ter nascido em 1954 ou 1955.

Data de nascimento de alguns expoentes na computação:

·        Bill Gates – Microsoft: 28 d e outubro de 1955.
·        Paul Allen – Microsoft: 21 de janeiro de 1953.
·        Steve Ballmer – Microsoft: 24 de março de 1956.
·        Steve Jobs – Apple Computer: 24 de fevereiro de 1955.
·        Eric Schmidt – Novell / Google: 25 de abril de 1955.
·        Bill Joy – Sun Microsystems / Java: 8 de novembro de 1954.
·        Scott McNealy – Sun Microsystems: 13 de novembro de 1954.

É claro que nem todo o magnata da computação do Vale do Silício nasceu nesses anos. Mas existem padrões mostrando que o sucesso não é só mérito individual. É preciso agarrar a oportunidade que surge no momento e no local certos. São histórias de pessoas que perceberam ou receberam uma oportunidade especial de trabalhar muito e a agarraram e que, por acaso, estavam entrando na maioridade numa época em que aquele esforço extraordinário era recompensado pela sociedade. Seu sucesso não foi criado só por elas. Foi o produto do mundo onde cresceram.

sábado, 13 de setembro de 2014

Fora de série: sorte e oportunidade




Adaptado de Malcolm Gladwell: “Fora de série: outliers”.



No início da década de 1970 os computadores eram do tamanho de salas. Uma única máquina – que talvez tivesse menos potência e memória do que um micro-ondas atual – podia custar mais de um milhão de dólares. Computadores eram raros. Mesmo quando se encontrava um, o acesso ele era difícil. Quem conseguia pagava uma fortuna pelas horas de utilização.



Além disso, a programação em si era extremamente tediosa. Naquela época, os programas de computador eram criados em cartões de cartolina. Marcava-se cada linha de código com uma perfuradora. Um programa complexo poderia incluir centenas, senão milhares, de cartões, que eram agrupados em altas pilhas. Depois que um programa era perfurado, o programador o levava a um mainframe[i] e entregava as pilhas de cartões a um operador, que se comprometia a executá-lo.



Os computadores, no entanto, só conseguiam lidar com uma tarefa de cada vez. Por isso, dependendo do número de clientes à sua frente na fila, o programador esperava por horas ou até dias na fila, o programador esperava por horas ou até dias para pegar os cartões de volta. E, caso tivesse cometido um erro, ainda que fosse de digitação, precisava recolher o material, descobrir a falha e recomeçar todo o processo.



Naquelas circunstâncias, era dificílimo alguém se tornar especialista em programação. Com certeza, realizar essa façanha com pouco mais de 20 anos era praticamente impossível. Se uma pessoa só conseguia se dedicar à atividade de programação por alguns minutos em cada hora que passava na sala do computador, como poderia obter 10 mil horas de prática?



Foi somente em meados da década de 1960 que surgiu uma solução para o problema. Os computadores se tornaram poderosos o bastante para lidar com mais de um “compromisso” de cada vez. Os cientistas da área constataram que, se o sistema operacional fosse reescrito, o tempo do computador poderia ser compartilhado, isto é, a máquina seria terminada para se ocupar de centenas de tarefas ao mesmo tempo.



Graças a isso, os programadores não precisavam mais entregar fisicamente as pilhas de cartões ao operador. Era possível construir dezenas de terminais e ligá-los a um mainframe por uma linha telefônica, o que permitia que todos trabalhassem on-line e ao mesmo tempo.



O tempo compartilhado era interativo: o programa solicitava uma resposta, aguardava até que fosse digitada, trabalhava nela e mostrava o resultado – tudo em tempo real[ii]. Nesse momento, entrou em cena a Universidade de Michigan, uma das primeiras instituições do gênero no mundo a adotar o tempo compartilhado. Em 1967, um protótipo do sistema estava em operação ali. No início da década de 1970, seu poder de processamento de dados já era suficiente para permitir que 100 programadores trabalhassem ao mesmo tempo no Centro de Computação.



[i] Um mainframe é um computador de grande porte, dedicado normalmente ao processamento de um volume grande de informações. Os mainframes são capazes de oferecer serviços de processamento a milhares de usuários através de milhares de terminais conectados diretamente ou através de uma rede. Embora venham perdendo espaço para os servidores de arquitetura PC e servidores Unix, que em geral possuem custo menor, ainda são muito usados em ambientes comerciais e grandes empresas (bancos, empresas de aviação, universidades, etc.). São computadores que anteriormente ocupavam um grande espaço e necessitavam de um ambiente especial para seu funcionamento, atualmente possuem o mesmo tamanho dos demais servidores de grande porte com menor consumo de energia elétrica. Os mainframes são capazes de realizar operações em grande velocidade e sobre um volume muito grande de dados.




[ii] A diferença entre os cartões de computador e o tempo compartilhado é a mesma que fazer lances de um jogo de xadrez pelo correio e on-line.

sábado, 6 de setembro de 2014

Aprenda a pensar



Uma das habilidades que diferenciam as pessoas de sucesso é unir fatos e informações aparentemente desconexos contemplando um sentido, criando o novo. Uma das principais ferramentas para o desenvolvimento dessa habilidade é o pensamento.

A escola ensina um conjunto de procedimentos, fatos, conceitos e regras. Mas isso não é o suficiente para o seu desenvolvimento. Você precisa aprender a pensar, usando sete tipos de pensamento:

1. O pensamento dedutivo, que parte de premissas gerais e aceitas como verdadeiras e chega a uma conclusão sobre um fato específico.

2. O pensamento indutivo, que parte de uma situação específica  para chegar a conclusões gerais.

3. O pensamento analítico, que analisa separadamente as partes que formam um todo.

4. O pensamento sintético, que forma um todo a partir da reunião de suas partes.

5. O pensamento sistêmico, que estabelece as relações entre as partes de um todo.

6. O pensamento crítico, por meio do qual questiona os fatos.

7. O pensamento criativo, com o qual produz ideias para desenvolver algo novo ou modificar algo que existe.

Para viver as situações cotidianas devemos fazer deduções lógicas, generalizar fatos, entender o todo a partir das partes ou as partes a partir do todo. Mas, para compreender a realidade, discernir o que serve e o que não serve, é preciso saber pensar criticamente, estabelecer relações entre fatos e usar a criatividade.

Para desenvolver sua capacidade de pensar, troque ideias com outras pessoas e leia todos os tipos de livros, pois isso o coloca diante de percepções diferentes da realidade. A Filosofia também ensina a pensar.

Tão importante quanto aprender a pensar é repensar o que você aprendeu. Precisamos abrir espaço para novos conhecimentos, novas ideias e percepções. E considerar que todo conhecimento envelhece e é necessário atualizar o que sabemos.