Ser competente não é sinônimo de conhecimentos, mas de ter a capacidade de aprender, a cada dia, a partir de sua própria experiência.


quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Vigilância sobre a informação



"Vigilância epistêmica" é a preocupação que todos nós devíamos ter com relação a tudo o que lemos, ouvimos e aprendemos de outros seres humanos, para não sermos enganados.

Significa não acreditar em tudo o que é escrito e é dito por aí, inclusive em salas de aula. Achar que tudo o que ouvimos é verdadeiro, que nunca há uma segunda intenção do interlocutor, é viver ingenuamente, com sérias consequências para nossa vida profissional.

Estudos mostram que crianças de até 3 anos são de fato ingênuas, acreditam em tudo o que lhes é transmitido, mas a partir dos 4 anos percebem que não devem crer. Por isso, crianças nessa idade adoram mágicas, ilusões óticas, truques. Assim, elas aprenderão a ter vigilância epistêmica no futuro.

Infelizmente, muitos acabam se esquecendo disso na fase adulta e vivem confusos e enganados, porque não sabem mais o que é verdade ou mentira. Todos nós precisamos estar atentos a dois aspectos com relação a tudo o que ouvimos e lemos.

Precisamos saber se quem nos fala ou escreve conhece a fundo o assunto, é um especialista comprovado, pesquisou ele próprio o tema, sabe do que está falando ou é um leigo que ouviu falar e simplesmente está repassando o que leu e ouviu, sem acrescentar absolutamente nada. O outro aspecto é se o autor está deliberadamente mentindo.

Aumentar a nossa vigilância epistêmica é uma necessidade cada vez mais premente no mundo atual. Muito lixo e "ruído" sem significado científico que nos são transmitidos diariamente por blogs, chats, podcasts e internet, sem a menor vigilância epistêmica de quem os coloca no ar.

Os bons pensadores se preocupam com o método científico, a análise dos fatos usando critérios científicos, lógica, estatísticas de todos os tipos, antes de sair proclamando "verdades" ao grande público.

O problema é que essa elite não é lida, prestigiada, escolhida, entrevistada nem ouvida em primeiro lugar. Pelo contrário, está lentamente desaparecendo, com sérias consequências.  

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Apresentações de sucesso



Se você fizer uma palestra sem conteúdo, só contando historinhas, fazendo piadas e usando citações, os ouvintes vão rir e, no final, poderão até aplaudir de pé. Entretanto, sairão do evento com o sentimento de que foi um momento de prazer, mas que aquele espetáculo não vai servir para absolutamente nada.

As empresas se sentem logradas por acreditar que ao contratar determinadas palestras para motivação dos seus empregados estariam fazendo um excelente investimento. Muitas vezes constatam que o resultado foi fraco, pois ninguém aprendeu nada, perderam tempo e jogaram dinheiro fora.

Quando as pessoas voltam para seus locais de trabalho continuam fazendo o que sempre fizeram, sem que possam aplicar nada do que ouviram. Pior ainda quando tentam explicar qual foi o assunto tratado:

– Ele disse que uma caminhada começa com o primeiro passo. E também para não desistirmos nunca, mesmo que tudo pareça perdido. Falou também que devemos colaborar sempre com os colegas de trabalho...

Você poderia pensar: “Então o jeito é caprichar só no conteúdo, pois assim as empresas e o público ficarão satisfeitos com o resultado. Afinal, investiram para que os empregados assistissem a uma palestra que transmitisse informações para torná-los melhores e mais eficientes”. Errado!

A apresentação de sucesso deve equilibrar show e conteúdo. O segredo é fazer a palestra em diversos blocos distintos, em que um não dependa muito do antecedente para ser compreendido. Outro cuidado que você precisa ter é o de estabelecer um fio condutor do primeiro ao último bloco da apresentação, pois esse recurso dará movimento à exposição, mostrando como o tema está evoluindo. No final faça uma recapitulação da essência das principais informações de cada bloco para mostrar como todas participaram da composição da mesma mensagem.

Às vezes assistimos a uma palestra chata, que não empolga e vemos um a um os ouvintes que estão ao nosso redor pendendo a cabeça de um lado para o outro, isso quando não somos nós os primeiros a dormir, como se o orador ao invés de palavras produzisse sonífero. Geralmente essa é uma situação mais comum em apresentações de assuntos excessivamente técnicos, que exigem total concentração dos ouvintes, como se estivessem em uma sala de aula – e por isso dispersam.

Nessas circunstâncias o palestrante deve seguir a regra simples de separar a apresentação em diversos blocos, sem que um necessite obrigatoriamente do entendimento do anterior para ser compreendido, e incluir em cada etapa os relatos interessantes que servem para arejar a exposição. O resultado deve ser muito mais positivo.

domingo, 12 de outubro de 2014

Agronegócio



De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o setor agrícola brasileiro representa 23% do PIB e é responsável por gerar 30 milhões de empregos. O setor estimulou as pesquisas, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e grande número de pesquisadores distribuídos em universidades pelo país.

Somos um dos líderes mundiais em produção científica na área de agronomia. Entre as áreas em que o Brasil produz inovações no agronegócio estão agricultura de precisão, biotecnologia e nanotecnologia.

Além de abastecer o mercado interno, o Brasil já possui papel de destaque no mercado internacional: o país é o maior exportador de café, açúcar, laranja e frango do mundo, de acordo com o Ministério da Agricultura, e o segundo maior em carne bovina.

As empresas brasileiras estão bem posicionadas no mercado internacional, mas, para avançar, não basta aumentar a produtividade: é preciso agregar valor aos produtos. Elas fornecem apenas os produtos em sua forma bruta.

Outras companhias no exterior são responsáveis por processar os alimentos e levar produtos de alto valor agregado para o supermercado, como pratos prontos – e ganhar mais por isso.

A produção do agronegócio brasileiro deve aumentar significativamente nos próximos anos, graças ao crescimento da população em todo mundo e, em especial, em países como a China. A expectativa é que o agronegócio no Brasil cresça 40% nos próximos dez anos.

Se continuar a investir fortemente em inovação em toda a cadeia, desde a produção até a mesa do consumidor, os resultados podem ser ainda mais significativos. Além de agregar valor aos produtos, a inovação pode ajudar o Brasil a se tornar um dos países especializados em outras áreas fundamentais para o desenvolvimento do setor.

domingo, 5 de outubro de 2014

O novo tipo de aluno



É certo que as regras universais das ciências e os fatos históricos têm de ser conhecidos e estudados.

Além disso, é preciso ensinar os alunos a raciocinar, análise crítica para distinguir a boa da má informação e, ainda mais importante, a originalidade para pensar coisas que não foram pensadas antes.

Quem, há trinta anos, imaginaria a existência das mídias sociais e do Facebook, fenômenos que transformaram a maneira como as pessoas aprendem informações e se relacionam?

Os acontecimentos, a tecnologia, as circunstâncias políticas, tudo está em rápida e constante evolução, e os alunos precisam desenvolver habilidades para conseguir acompanhar isso.

Precisam melhorar sua capacidade de adaptação ao novo. Do contrário, já sairão da faculdade ou do curso técnico bem desatualizados.