Ser competente não é sinônimo de conhecimentos, mas de ter a capacidade de aprender, a cada dia, a partir de sua própria experiência.


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Números negativos



     A ideia de números negativos – um número menor do que zero – foi um conceito difícil de desenvolver na matemática. Afinal de contas, como uma quantidade pode ser menor do que nada?

Os números negativos apareceram pela primeira vez no cenário da matemática quando as pessoas começaram a resolver equações (ou problemas que podiam ser expressos como equações). 

Os matemáticos chineses parecem ter sido capazes de tratar números negativos na resolução de equações. Entretanto, nossa matemática, como muito de nossa cultura ocidental, tem suas raízes principalmente no trabalho dos estudiosos gregos antigos. Apesar da profundidade de sua matemática e filosofia, os gregos ignoraram os números negativos completamente.

No século XVI, mesmo com o progresso da astronomia, navegação, ciências físicas, indústria da guerra, comércio e outras aplicações, matemáticos proeminentes rejeitaram os números negativos, considerando-os como “fictícios” ou “absurdos”. No início do século XVII a utilidade dos números negativos se tornou óbvia demais para ser ignorada e alguns matemáticos europeus passaram a usar os números negativos em seu trabalho.
   
Nessa época Descartes chamou as soluções negativas (raízes) de “falsas” e as soluções envolvendo raízes quadradas negativas de “imaginárias”. Entretanto, meio século mais tarde, ainda havia céticos mesmo nos postos mais altos da comunidade matemática, particularmente na Inglaterra.

O estudo das equações algébricas evoluiu para o estudo dos sistemas algébricos (sistemas com operações como as aritméticas). Nesse ambiente os números negativos – números que eram os opostos aditivos da sua contraparte positiva – se tornaram componentes criticamente importantes do sistema numérico, e as dúvidas sobre a sua legitimidade simplesmente desapareceram.

Hoje os números negativos são ensinados rotineiramente como uma parte fundamental da aritmética da escola elementar. Estamos tão acostumados com eles que algumas vezes é difícil entender as dificuldades quanto ao seu entendimento e como manipulá-los.

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