Ser competente não é sinônimo de conhecimentos, mas de ter a capacidade de aprender, a cada dia, a partir de sua própria experiência.


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Despedida

Em 16 de novembro de 2011, com o artigo "A Era do Hidrogênio", inaugurei o blog Professor Ricardo em http://rialez.blogspot.com

O objetivo é ser um canal de comunicação com os alunos e ex-alunos de cursos técnicos, amigos e interessados, tratando de assuntos relativos a tecnologia, geração de energia elétrica, conhecimento e educação.                      

Em pouco mais de quatro anos, 211 artigos e 34 200 visualizações. Números que atestam o sucesso do blog e objetivo alcançado. Estabelecemos contatos, trocamos ideias, forjamos amizades, ganhamos seguidores, aprendemos e passamos conhecimentos.

O blog estava bem ativo e com bom número de visualizações, mas entendo que, atingida a meta principal, existe a tendência de se acomodar. Então, temos que saber a hora de parar, renovar ideias e partir para novas ações.

É o que pretendo continuar fazendo nessa área que adoro – conhecimentos e educação.

Sinto-me realizado e muito agradecido pela oportunidade de transmitir e receber conhecimentos, estabelecer canais de comunicação e, principalmente, por ter vocês como parceiros nessa trajetória. Foi um privilégio.

Muito obrigado

O conhecimento não é impessoal, como o dinheiro. O conhecimento não está num livro, numa base de dados, num software; estes contêm apenas informação. O conhecimento está sempre corporificado numa pessoa; é carregado por ela; criado, aumentado ou aprimorado; aplicado, ensinado e transmitido, utilizado de maneira adequada ou não por ela. Ao fazer isso, impõe novos desafios, novos problemas e questões inéditas a respeito do representante da sociedade do conhecimento, a pessoa instruída. (Drucker e Maciariello)

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O valor da indústria



É cada vez maior a utilização de alta tecnologia na produção de commodities. A produção agrícola nacional mais do que triplicou em vinte anos, e a produtividade teve uma das maiores taxas de crescimento do mundo.

Temos excelente produtividade em algodão, soja, laranja e a maior empresa de processamento de proteína animal do mundo.

Não podemos perder terreno nessa área de modo algum. Mas também não podemos depender apenas de commodities, cujos preços são definidos por terceiros, em função de variáveis incontroláveis.

Investir em produtos de maior valor agregado é, portanto, uma forma de qualificar e fortalecer a economia, diminuindo a exposição a riscos. Fazer isso requer o acesso a investimentos e educação de qualidade.

Os países que exportam produtos de maior valor agregado investem muito no ensino e na formação de cientistas. É preciso aplicar grande quantidade de recursos em pesquisa e tecnologia para que surjam descobertas científicas que possam ser transformadas em produtos e tecnologias comercialmente viáveis.

A indústria nacional vem perdendo espaço na economia, e seu grau de inovação é limitado. Em um país burocrático, cartorial, extremamente regulamentado, alta carga tributária, com baixo nível educacional e baixa produtividade, o estímulo à competição é nulo.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Agregar valor ao produto



O que significa agregar valor?
                                                  
Digamos que todos os produtos, mesmo os indivisíveis, pudessem ser comprados por quilo. Um quilo de minério de ferro custaria 21 centavos. Um quilo de leite, 2 reais. Um quilo de queijo fatiado custaria 30 reais, o mesmo valor de 1 quilo do carro popular mais vendido no Brasil.

O que ocorreu na transformação de ferro em carro e de leite em queijo é o que os economistas chamam de agregação de valor. A tecnologia e o saber adicionaram valor ao leite e ao ferro, e o produto final foi ofertado a um preço bem maior do que a simples soma dos insumos utilizados em seu fabrico.

Conhecimento e tecnologia são fundamentais nesse processo.

A agregação de valor está na base do processo de enriquecimento das nações. Nações mais desenvolvidas vendem produtos mais elaborados. Como exemplo, os principais produtos exportados pela Alemanha são reatores nucleares, caldeiras, máquinas e equipamentos, automóveis, tratores, materiais elétricos e artigos farmacêuticos.

Em 2014, as cinco principais commodities brasileiras exportadas renderam ao país 100 bilhões de dólares. No mesmo ano, só as vendas de iPhone renderam à Apple, os mesmos 100 bilhões de dólares.

Colocado de forma mais dramática: para faturar o mesmo que a Apple fatura com um único iPhone, O Brasil precisa exportar 8 toneladas de minério de ferro.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

O valor das commodities



O Brasil exportou 7 000 itens diferentes em 2014. Cinco deles, no entanto, concentram mais de 40% do valor das vendas – açúcar, carne, soja, petróleo e minério de ferro.

Vamos usar o exemplo do minério de ferro para fazer algumas considerações de valor. O minério de ferro exige gigantesca infraestrutura onde tudo é superlativo – caminhões, trens e navios.

O problema é que o preço não é. Uma tonelada de ferro vale 210 reais.

Ferro, açúcar, carne, soja e petróleo são matérias-primas, ou commodities, termo universalmente consagrado para definir esses itens de exportação. As commodities têm várias características positivas: são essenciais, todo mundo precisa, todo mundo compra e não ficam tecnologicamente ultrapassadas.

Mas as commodities têm suas desvantagens. A maior delas é a variação de preços – fixados em bolsas internacionais com base nos movimentos de oferta e procura e, portanto, dissociados das vontades do produtor.

Por isso é importante que um país fortemente exportador de commodities invista paralelamente no desenvolvimento de produtos e serviços de consumo mundial que agreguem valor.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Ficando mais velho, mas não necessariamente mais sábio



As pessoas acreditam que, ao envelhecer e adquirir experiência, automaticamente se tornarão mais sábias. Infelizmente isso não é verdade. Em geral, continuamos sendo tão tolos quanto antes e fazendo muitas besteiras.

Podemos aprender com a experiência e não cometer os mesmo erros, mas sempre existirão novos erros, esperando para acontecer.  

O segredo é aceitar esse fato e não ficar se recriminando a cada vez que errar. Perdoe a si mesmo e aceite que isso faz parte da vida: você está ficando velho, mas nem um pouco mais sábio.

A sabedoria não consiste em não cometer erros, e sim em descobrir a melhor maneira de sobreviver a eles, mantendo a sanidade e a dignidade.

Quando somos jovens, ficar velho parece uma coisa que só acontece com nossos avós. Mas a velhice acaba chegando para todos e não temos escolha senão aceita-la e seguir em frente. Não importa o que fizermos vamos envelhecer.

Podemos encarar a questão da seguinte forma: quanto mais velhos ficamos, mais problemas já enfrentamos em diversas áreas. 

Mas sempre haverá situações em que não saberemos como agir e acabaremos tomando decisões equivocadas, entenderemos tudo errado ou entraremos em pânico sem necessidade.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

O problema de Collatz



É um enigma famoso que intriga os maiores matemáticos do mundo. Eles acreditam conhecer a resposta, mas ninguém consegue prová-la.

Pense um número. Agora aplique as seguintes regras repetidamente:
· Se o número for par, divida-o por 2.
· Se o número for ímpar, multiplique-o por 3 e some 1.

O que acontece?

Como exemplo, o número 11 é ímpar e o próximo número será 3 x 11 + 1 = 34. Este número é par, portanto devemos dividi-lo por 2 para obter 17. Este é ímpar, e a próxima operação resulta em 52. Depois disto, os números que se seguem são 26, 13, 40, 20, 10, 5, 16, 8, 4, 2, 1. A partir daqui, chegamos a 4, 2, 1, 4, 2, 1 indefinidamente.

Por isso geralmente acrescentamos uma terceira regra: quando chegar a 1, pare.

Em 1937, Lothar Collatz se perguntou se esse procedimento sempre levaria ao número 1, independentemente do número em que começássemos. Mais de 70 anos depois, ainda não sabemos a resposta. A maioria dos matemáticos acredita que a conjectura seja verdadeira.