Ser competente não é sinônimo de conhecimentos, mas de ter a capacidade de aprender, a cada dia, a partir de sua própria experiência.


sábado, 12 de abril de 2014

Enfrentando desafios lógicos



É interessante observar que parece haver pouca “lógica” em algumas fases da resolução de problemas. Problemas difíceis, com frequência, são solucionados com uma intuição repentina. Num momento o caminho da solução está bloqueado; no momento seguinte o caminho é vislumbrado sem que seja possível explicar de forma lógica como ele apareceu.

O economista Herbert Simon (1916 – 2001) é um dos padrinhos dos modernos estudos da resolução de problemas. Simon, que recebeu o prêmio Nobel de Economia de 1978, foi um dos economistas de sua época a utilizar modelos de computador.

Ele estudou os métodos de resolução de problemas com o objetivo de explorar como os computadores poderiam ser programados para executar tarefas semelhantes. Não encontrou nada essencialmente misterioso, pois em nenhum caso a solução de um quebra-cabeça ou avanço científico ocorreu a partir de uma “inspiração” totalmente inesperada.

Simon e seus colegas popularizaram uma série de termos amplamente utilizados nos dias de hoje. Um deles é “espaço de solução”, que significa aproximadamente o conjunto de todas as soluções potenciais de um problema. Quando um programa de computador joga xadrez, ele “procura um espaço de solução”. Examina todos os movimentos possíveis (de ataque e de defesa, tantos quanto forem práticos) a fim de descobrir os mais vantajosos.

Simon acreditava que a busca de um espaço de solução era um modelo para explicar como resolvemos quebra-cabeças e até mesmo como cientistas como Kepler e Planck realizaram grandes descobertas. A importância da noção de um espaço de solução é imensa. Quando se tenta programar um computador para solucionar um problema, é extremamente desejável identificar o espaço de solução. Então o software busca o conjunto de soluções com toda a velocidade que o computador permite.

Essa abordagem tem várias limitações. Muitos problemas apresentam espaços de solução grandes demais até para os computadores mais rápidos. Em geral, quebra-cabeças, enigmas e charadas têm espaço de solução difíceis de definir. Nem sempre são visíveis o escopo do problema ou as soluções que podem ser legítimas, muito menos as que estão corretas.

Por isso a Inteligência Artificial é um empreendimento tão difícil. Os trabalhos mais recentes de psicologia cognitiva equiparam os solucionadores de quebra-cabeças aos garimpeiros de ouro.

Não se sabe onde o ouro está. Pode-se dizer que a prospecção é uma questão de sorte, mas alguns garimpeiros são melhores do que outros. Isso acontece porque eles aceitam o “acaso” e lidam com ele. A procura do ouro não é aleatória; ela é uma pesquisa metódica que leva em consideração as pistas geológicas.

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