Se você fizer uma palestra sem conteúdo, só contando
historinhas, fazendo piadas e usando citações, os ouvintes vão rir e, no final,
poderão até aplaudir de pé. Entretanto, sairão do evento com o sentimento de
que foi um momento de prazer, mas que aquele espetáculo não vai servir para
absolutamente nada.
As empresas se sentem logradas por acreditar que ao
contratar determinadas palestras para motivação dos seus empregados estariam
fazendo um excelente investimento. Muitas vezes constatam que o resultado foi
fraco, pois ninguém aprendeu nada, perderam tempo e jogaram dinheiro fora.
Quando as pessoas voltam para seus locais de trabalho
continuam fazendo o que sempre fizeram, sem que possam aplicar nada do que
ouviram. Pior ainda quando tentam explicar qual foi o assunto tratado:
– Ele disse que uma caminhada
começa com o primeiro passo. E também para não desistirmos nunca, mesmo que
tudo pareça perdido. Falou também que devemos colaborar sempre com os colegas
de trabalho...
Você poderia pensar: “Então o jeito é caprichar só no
conteúdo, pois assim as empresas e o público ficarão satisfeitos com o
resultado. Afinal, investiram para que os empregados assistissem a uma palestra
que transmitisse informações para torná-los melhores e mais eficientes”. Errado!
A apresentação de sucesso deve equilibrar show e conteúdo.
O segredo é fazer a palestra em diversos blocos distintos, em que um não
dependa muito do antecedente para ser compreendido. Outro cuidado que você
precisa ter é o de estabelecer um fio condutor do primeiro ao último bloco da
apresentação, pois esse recurso dará movimento à exposição, mostrando como o
tema está evoluindo. No final faça uma recapitulação da essência das principais
informações de cada bloco para mostrar como todas participaram da composição da
mesma mensagem.
Às vezes assistimos a uma palestra chata, que não empolga
e vemos um a um os ouvintes que estão ao nosso redor pendendo a cabeça de um
lado para o outro, isso quando não somos nós os primeiros a dormir, como se o
orador ao invés de palavras produzisse sonífero. Geralmente essa é uma situação
mais comum em apresentações de assuntos excessivamente técnicos, que exigem
total concentração dos ouvintes, como se estivessem em uma sala de aula – e por
isso dispersam.
Nessas circunstâncias o palestrante deve seguir a regra
simples de separar a apresentação em diversos blocos, sem que um necessite
obrigatoriamente do entendimento do anterior para ser compreendido, e incluir
em cada etapa os relatos interessantes que servem para arejar a exposição. O
resultado deve ser muito mais positivo.
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