Ser competente não é sinônimo de conhecimentos, mas de ter a capacidade de aprender, a cada dia, a partir de sua própria experiência.


terça-feira, 25 de novembro de 2014

A Era do Petróleo



O fim da Era do Petróleo inspira cenários apocalípticos na imaginação das pessoas: a produção mundial de petróleo chega ao máximo e então começa a declinar, fazendo os preços dispararem e forçando países a impor racionamentos e lutar por reservas cada vez mais escassas.

A produção de petróleo dos Estados Unidos, por exemplo, chegou mesmo a um pico nos anos 70 e despencou pelas décadas seguintes. Mas então aconteceu algo que a teoria não previu: a produção começou a subir novamente em 2009 e não parou mais, graças ao avanço das tecnologias de exploração.

Um grande número de especialistas da indústria argumenta que as verdadeiras restrições que enfrentamos são tecnológicas e econômicas. Estamos limitados não pela quantidade de petróleo no subsolo, mas pela nossa capacidade de explorar novas fontes e pelo quanto estamos dispostos a pagar.

A ocorrência ou não do pico do petróleo é mais que um debate intelectual. A questão também tem possíveis efeitos significativos para governos, petrolíferas e pessoas comuns em todo o mundo, já que todos seriam afetados por uma disparada nos preços e pela escassez.

Os defensores do pico do petróleo argumentam que, em vez de gastar dinheiro com novos campos, devemos conservar o petróleo que temos e investir em fontes alternativas de energia como preparação para uma queda na oferta. Os oponentes da teoria acreditam que é mais inteligente investir em tecnologias para continuar expandindo a oferta. Quando isso se tornar caro demais, eles estão confiantes de que seremos capazes de encontrar uma alternativa economicamente viável.

Nos Estados Unidos a produção de petróleo aumentou nos últimos anos em função de uma inovação tecnológica. As empresas de petróleo combinaram as técnicas do chamado fraturamento hidráulico (ou “fracking”) e da perfuração horizontal para extrair petróleo de formações compactas na América do Norte. O bombeamento de uma mistura de água, químicos e areia em formações de xisto pode abrir milhares de fraturas na rocha, cada uma formando uma minúscula via de escoamento para as moléculas de petróleo chegarem até o poço.

Um século atrás, as petrolíferas descobriram novos campos gigantes no Texas e na Califórnia, justo quando se agravavam os temores de que a produção tinha chegado ao auge. Quando a produção nos EUA começou a declinar, outras regiões elevaram as suas: Mar do Norte, Nigéria e Arábia Saudita. Inovações técnicas, como a que usa ondas sonoras para localizar depósitos através de milhares de quilômetros de água e rocha, provocaram um surto de perfuração em águas profundas.

No Brasil, a produção de petróleo chegou a cair em 2012 e 2013, mas agora deve crescer por um bom período, segundo a Agência Nacional do Petróleo. A produção do país, hoje em 2,2 milhões de barris por dia, vai chegar ao dobro desse volume entre 2020 e 2022.

É certo que os limites econômicos continuam pesando. Quando a indústria supera um obstáculo e amplia a produção de petróleo, os custos geralmente sobem. Essa alta abre uma porta para fontes melhores e mais baratas de energia alternativa, que acabarão por substituir o petróleo.

Algumas questões econômicas já estão promovendo mudanças. Apesar da abundância que o fraturamento hidráulico está gerando, os preços globais do petróleo continuam altos. Isso tem encorajado o desenvolvimento de fontes alternativas de energia e investimentos para elevar a eficiência dos combustíveis.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Os custos da energia nuclear



Desde o princípio, a indústria nuclear se dizia uma das opções mais baratas para gerar eletricidade. Entretanto, os verdadeiros custos da energia nuclear foram e ainda são subestimados.

Os custos reais da construção e operação de usinas nucleares quase sempre se mostraram mais elevados do que os projetados. As estimativas oficiais costumam negligenciar ou subestimar despesas ocultas como os custos relacionados com o ciclo de combustível, gestão de resíduos, desmonte de instalações nucleares, segurança, alterações de infraestrutura e garantia do governo para obrigações.

Custos estruturais, por exemplo, para garantir proteção e segurança, também contribuem, mas são difíceis de avaliar.

Apenas na França, centenas de milhões de euros são aplicados anualmente em perícia pública e serviços de aconselhamento sobre a proteção contra a radiação, segurança nuclear e questões de proteção. Somando-se a isto, não se pode deixar de considerar os custos das forças de segurança necessárias para a proteção das instalações e dos transportes nucleares.

O lixo radioativo não é a única herança poluente da tecnologia nuclear. As dificuldades encontradas durante as operações de desmonte, no final da vida útil de uma instalação nuclear, são motivo para pessimismo.

O objetivo teórico do desmonte é fazer com que o local volte “à natureza” – em outras palavras, remover o último traço da instalação nuclear, liberando o terreno ocupado para uso irrestrito. Não existem exemplos de operações de desmonte em larga escala que tenham atingido este estágio com sucesso.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A Era do Hidrogênio



O hidrogênio deverá ser o elo para um novo modelo totalmente novo de infraestrutura energética, assim como instituições econômicas totalmente diferentes e novos padrões de fixação humana, a exemplo do que causou no passado o advento do carvão, da máquina a vapor e, posteriormente, do motor de combustão interna.

Uma economia do hidrogênio com produção descentralizada de energia – a geração distributiva – e a criação de redes interligando essa produção com os usuários finais, possibilitaria a fixação de estabelecimentos humanos mais dispersos e mais sustentáveis em seu relacionamento com os recursos locais e regionais do ambiente.

Estamos no limiar de uma nova era na história, em que qualquer possibilidade é ainda uma opção. O hidrogênio, essência universal, está sendo captado e processado para fins de benefício humano. Torna-se fundamental traçarmos o itinerário adequado desde o início da jornada, se pretendemos converter a grande promessa da era do hidrogênio numa realidade viável para as gerações que nos sucederão.

O primeiro cientista conhecido a prever o potencial pleno do hidrogênio foi John Haldane. Em 1923, Haldane proferia palestras onde afirmava que a energia do hidrogênio seria a o combustível do futuro. Ele produziu um tratado científico relacionando os argumentos a favor do hidrogênio, descrevendo como ele seria produzido, armazenado e empregado. Sua tese equivalia, nos mínimos detalhes, a um protótipo do modo como o hidrogênio seria usado e explorado no futuro.

Haldane antecipou inclusive os obstáculos na transição para um regime de energia do hidrogênio, bem como as consequências sociais e ambientais de longo alcance que daí resultariam. Quanto ao primeiro problema, ele reconhecia que os custos iniciais seriam muito elevados, mas ressaltava que as despesas de manutenção seriam menores que os demais sistemas.

O hidrogênio pode ser eficientemente produzido por meio de uma variedade de fontes renováveis. O potencial para a produção do hidrogênio por fonte de energia hídrica, solar ou eólica é muito grande, podendo ser produzido em diversos locais do mundo.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

O pensamento criativo



O pensamento criativo é um diferencial importante em praticamente todas as áreas de nossa vida. A criatividade é uma função altamente sofisticada do cérebro humano, que de tempos em tempos nos surpreende com uma visão diferente, inédita e altamente efetiva sobre determinado problema.

Segundo os neurologistas, a solução criativa aflora quando conseguimos driblar os caminhos do raciocínio lógico sequencial. Quando escapamos do óbvio e alcançamos uma visão alternativa, diferente da média da população.

A criatividade resolve elegantemente inúmeros problemas do dia-a-dia e é altamente valorizada social e profissionalmente. 

Lançar um foco novo sobre um dilema antigo, isso é criatividade. Fazer os outros enxergarem aquilo que sempre esteve diante deles, criar atalhos mentais, surpreender o cérebro alheio gerando a famosa pergunta: como eu não pensei nisso antes? 

Cinco passos fundamentais para quem quer se tornar mais criativo:

Direito ao erro. Quem quer ser criativo tem, obrigatoriamente, que se permitir o erro. O que diferencia a ideia genial da absolutamente equivocada é, muitas vezes, um detalhe. O raciocínio lógico e de senso comum é menos fadado ao erro. O criativo arrisca mais e paga seu preço: erra bem mais. 

Mudar a visão do problema. Se quiser ver o que ninguém viu, precisa olhar as coisas como ninguém ainda olhou. Mude a visão do problema. Se coloque na visão de outras pessoas, brinque de resolver o problema em outros contextos. 

Conhecer os caminhos já trilhados. Não é fácil fugir do lugar comum se não conhecemos o lugar comum. Tentar ser criativo sem determinar o que já foi dito, pensado e sentido sobre o problema é perder tempo. Conhecer as trilhas já abertas ajuda a evitá-las. Busque criar atalhos, fundir conceitos, condensar. Estude o assunto, sob vários aspectos, pesquise, não menospreze tudo que já foi feito sobre ele antes. Conhecimento e visão são modalidades fundamentais para as pessoas altamente criativas. 

Dar liberdade ao cérebro. O cérebro humano é fruto de genética, vivência e contexto. A genética é imutável, cada um nasce com um potencial criativo. Mas a vivência e o contexto podem ser mudados. Conheça pessoas, culturas e artes em todas as suas formas. Mude a sua rotina, medite, caminhe, contemple. A resposta não tradicional surge, muitas vezes, em momentos não tradicionais. 

Entenda e use a intuição. A intuição é um tipo peculiar de raciocínio dissociado de linguagem. Um conceito pronto sem base na lógica. Pessoas criativas exercitam, valorizam e expressam suas intuições.