Ser competente não é sinônimo de conhecimentos, mas de ter a capacidade de aprender, a cada dia, a partir de sua própria experiência.


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Cidade sustentável


Virou chavão na mídia e em conversas cotidianas o adjetivo ‘susten­tável’ sem explicitar um significado específico naquele contexto. Condomínios, materiais de construção, meios de transporte, edifí­cios... Tudo pode ser sustentável, como alardeiam muitas empresas, governos e a mídia.

Um exemplo é “cidade sustentável”. Quando perguntamos a urbanistas e economistas sobre o assunto, o conceito de sustentabilidade aplicado a cidades não se configura unânime. Para alguns ur­banistas, um elemento fundamental para ser levado em conta quando se fala de sustentabilidade urbana é o futuro.

Uma metrópole sustentável é aquela que na próxima geração tenha condições iguais ou melhores que as que temos hoje. Por ‘condições’ devemos entender os aspec­tos fundamentais relacionados à vida urbana: habitação, alimentação, saúde, emprego, transporte, educação, água etc.

A primeira condição fundamental para o estabe­lecimento de uma cidade sustentável é a democra­tização dos acessos a serviços e equipamentos públicos. Isso significa a redução drástica de todas as formas de desigualdades: social, política, eco­nômica e espacial.

Para que infraestrutura, seguran­ça, saúde, educação e outros serviços públicos sejam acessíveis em toda a metrópole, a manuten­ção da cidade se torna cada vez mais cara. Como os recursos financeiros são limitados, chegará um momento em que a pressão política e econômica ditará para onde eles devem ser direcionados.

Cidades inteiramente planejadas não são uma solução tão eficaz quanto se imaginava em meados da década de 1950, época da construção de Brasília.  Cidade planejada, entretanto, é diferente de planejamento urbano. A ausência deste leva a ocupações indesejadas de áreas naturais que a longo prazo impactam fortemente a organização social.

A mesma falta de planejamento urbano que permite a ocupação de áreas indesejadas nas cidades é também responsável pela pro­liferação de favelas – e, claro, de casas de classe média ou alta em áreas de preservação ambiental.

Apesar de uma melhora significativa em alguns aspectos da vida social e econômica, o crescimento horizontal e populacional, aliado à desigualdade econômica, torna as metrópoles brasileiras absolutamente insustentáveis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário