Ao contrário do gás natural
convencional, o gás de xisto (shale gas, em inglês) está misturado à rocha.
Avanços tecnológicos recentes tornaram essa forma de combustível economicamente
viável. Hoje, o gás de xisto corresponde a 16% do total de gás natural
consumido nos Estados Unidos e pode chegar a 46% em 2035.
A extração do gás das camadas de
xisto, por definição uma formação rochosa sedimentar, começou a ser estudada
pelos Estados Unidos na década de 1970, mas o processo era tão caro e complexo
que inviabilizava a produção em larga escala. Só nas décadas seguintes a
exploração comercial começou a se tornar realidade, com o desenvolvimento de
duas tecnologias complementares.
A primeira, chamada de
“perfuração horizontal”, permite acessar melhor o solo que abriga o gás de
xisto. A segunda denominada “fratura hidráulica”, facilita a remoção do
produto. O poço aberto na perfuração recebe uma mistura de água, areia e
diversos produtos químicos sob alta pressão para quebrar a rocha e liberar o
gás, que então é levado para a superfície por uma tubulação.
Os benefícios ambientais dessa
forma de energia são tão positivos quanto os do gás natural convencional. A
geração de eletricidade com gás produz apenas metade do dióxido de carbono liberado
pelas termelétricas a carvão.
Mais de trinta países possuem
reservas de gás de xisto. Poucos exploram comercialmente essa fonte de energia.
A China, detentora das maiores reservas mundiais do combustível, completou em 2010 a perfuração de seu
primeiro poço, na província de Sichuan. A Inglaterra também já concluiu a
construção de algumas estruturas de exploração. No Brasil, utiliza-se uma
tecnologia antiga para extrair óleo de xisto no Paraná, em pequena escala. As
reservas brasileiras são volumosas e integram o plano de longo prazo definido
pela Empresa de Pesquisa Energética, do Ministério de Minas e Energia.
O grande problema do processo de
extração do gás de xisto é a utilização de componentes químicos potencialmente
tóxicos, como o benzeno. Se essa substância atingir o lençol freático, pode
contaminar a água.
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