Ser competente não é sinônimo de conhecimentos, mas de ter a capacidade de aprender, a cada dia, a partir de sua própria experiência.


sábado, 24 de março de 2012

A energia e a civilização

O elemento principal sobre o qual se baseia toda a ciência é a energia. A cada dia, os raios de sol banham a Terra com milhares de quilocalorias de energia por metro quadrado. Parte desta energia é captada por seres vivos e convertida de modo a servir à sustentação da vida, enquanto o restante acaba sendo convertido em calor e irradiado de volta ao espaço.

Se a energia é fundamental em nossa existência, então a força vital é definida como a “velocidade do fluxo de energia útil”. Tudo na vida requer energia e força suficiente para manter a velocidade do fluxo. A luta pela sobrevivência, tanto entre uma espécie e outra como dentro da mesma espécie, é na verdade uma competição visando a obter energia e assegurar o fluxo contínuo pelos sistemas vivos.

A história das civilizações não pode ser compreendida adequadamente sem que avaliemos a importância dessa força vital. O elemento decisivo em todas as sociedades da história é a disponibilidade de excedentes de energia. Na ausência de reservas de energia que pudesse captar e processar, toda a criatividade humana seria incapaz de melhorar o bem-estar da espécie. E a energia que estamos falando pode ser traduzida tanto na produção de cereais, o trabalho forçado dos povos dominados e obtenção de matéria-prima, abrangendo todos os períodos da história.

A energia é a força elementar e o meio pelo qual se constrói toda a cultura humana. Para compreender por que as civilizações fundadas em regimes diferentes de energia prosperam e definham, precisamos entender as regras que governam a energia. A primeira e segunda leis da termodinâmica afirmam que “o conteúdo total de energia no universo é constante, e a perda de energia útil está aumentando continuamente”.

Pela primeira lei, a energia não pode ser criada nem destruída. A quantidade de energia no universo foi fixada desde o início dos tempos e permanecerá assim até o final. Todos os seres humanos já nascidos, como tudo que eles construíram ao longo da história, representam energia que foi convertida de um estado em outro.

Embora a energia não possa ser criada ou destruída, ela está mudando constantemente de forma, mas sempre em uma direção: de disponível para indisponível. Por exemplo, se queimamos um pedaço de carvão, a energia permanece, mas é convertida em dióxido de enxofre, dióxido de carbono e outros gases que se espalham pelo espaço. Não se perdeu energia alguma no processo, mas não podemos voltar a queimar aquele pedaço de carvão e extrair dele um trabalho útil. Esta é a segunda lei da termodinâmica: sempre que a energia é transformada, alguma quantidade de energia disponível se perde no processo; ou seja, ela perde a capacidade de realizar um trabalho útil.

Os biólogos, a princípio, ficaram em dúvida sobre como lidar com as leis da termodinâmica. Mas logo entenderam que todas as formas vivas vivem longe do equilíbrio para absorverem continuamente a energia livre do ambiente. Embora o organismo mantenha em estado equilibrado de existência ordenada, ele o faz alimentando-se de energia disponível e aumentando a perda de energia útil do ambiente.

O filósofo John Locke virou pelo avesso a segunda lei da termodinâmica ao dizer que a natureza em si mesma é inútil e só adquire valor quando nela aplicam seu trabalho, convertendo-a em ativos produtivos : “aquele que se apropria de terras pelo trabalho não reduz, mas aumenta o patrimônio comum da humanidade. Pois as provisões para o sustento da vida humana geradas em uma área de terra cercada e cultivada são dez vezes mais abundantes que aquelas produzidas na área igualmente fértil abandonada de propriedade comum. Aquele que produz na terra obtêm um maior número de melhorias para a vida do que conseguiria se deixasse à natureza”. A chave disso tudo são os critérios produtivos utilizados: bom-senso, racionalidade e respeito ao ambiente.

2 comentários:

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  2. O a vida no planeta Terra em si é dependente de energia, os seres vivos dependem dela, pois tudo o que temos, vestimos e comemos gera ou gasta energia. A terra disponibiliza ao homem várias fontes de energia, porém nós temos poucos meios de extrair energia para usá-la na eletricidade que é essencial pera nós atualmente, a natureza sabe muito bem como a utilizá-la, transformando-a em um ciclo de aproveitamento de energia consumida e gerada, como assim?Veja um exemplo: As árvores recebem energia através da luz do sol e absorvem energia luminosa por meio da clorofila (pigmento fotossintetizante) e produz glicose (açúcar) e O2 (gás oxigênio) que são essenciais para as árvores, depois elas liberam energia em forma de oxigênio e de alimentos que são fontes de energia essenciais para a sobrevivência do ser humano.

    Cleiton S. Rodrigues M3

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