Ser competente não é sinônimo de conhecimentos, mas de ter a capacidade de aprender, a cada dia, a partir de sua própria experiência.


quinta-feira, 25 de abril de 2013

A eletrônica


A eletrônica é uma tecnologia peculiar. De todos os campos da engenharia é a única que pode funcionar como hobby. Não existem engenheiros civis amadores (construir pontes por esporte não é exatamente uma atividade acessível). O mesmo se pode dizer da arquitetura e da engenharia elétrica pura. Mesmo os químicos, em que pese a profusão de kits de experiências no mercado, não podem ir muito longe sem ter que vender a casa para comprar todo o equipamento necessário a um laboratório razoável.

A eletrônica é diferente. Um garoto de 12 anos pode comprar um multímetro simples com sua mesada, juntar 50 reais em componentes e mais aquela televisão quebrada da avó, e já pode dar asas à imaginação e ao talento para produzir um amplificador de som, um distorcedor para a guitarra de uma amigo ou qualquer outra coisa que sua imaginação (e capacidade) consiga montar.

Pode conseguir com facilidade um punhado de acionadores de disco quebrados e estará entrando no fascinante mundo da mecatrônica. Se for suficientemente aficionado, pedirá um emulador de 150 reais de aniversário e um osciloscópio simples no Natal, e terá um bom laboratório à sua disposição. O resto dos instrumentos poderá montar ele mesmo – não há limites.

A informação é farta. Excelentes publicações nas bancas, tutoriais, artigos técnicos, softwares simuladores gratuitos, informações sobre tudo o que quiser saber na Internet. Nada, mas nada mesmo lhe será sonegado.

Projetistas de eletrônica começam cedo, muito antes da educação formal na área. Milhares de jovens em todo o Brasil empunham ferros de solda para tornar realidade suas criações. Comunicam-se, trocam ideias, são entusiasmados e muito frequentemente incentivados por seus pais, que vêem na atividade uma sadia alternativa aos problemas da sociedade moderna.

E aonde quero chegar com essa conversa? Acredito que é preciso criar oportunidades e incentivar esses iniciantes. Refletir um pouco sobre a correta exploração desse extraordinário potencial humano, do ponto de vista social e estratégico.

Nossas empresas precisam – e vão precisar muito mais no futuro – de talentos genuínos, comprometidos com nossa tecnologia, capazes de inovar, de refrescar as ideias da indústria e gerar produtos competitivos. As empresas vão precisar desses jovens entusiastas da eletrônica. Não é poesia: é questão de vida ou morte para o setor.

Um comentário:

  1. a mecânica esta em constante renovaçaõ, mas isso só é possivel porque existem pessoas muito capacitadas para isso, que quando jovens sonhavam em por em práticas seus "super projetos". A eletrônica, mecânica, depende muito deses jovens inovadores para continuar viva no futuro.

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